quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Aves no Tietê, Beija-flores e Arte em Mogi-das-Cruzes

Carão, Aramus guarauna.
Dia 24 de setembro estivemos no Parque Ecológico do Tietê, onde, a despeito de ter sido uma manhã nublada, observamos, no transecto habitual, 77 espécies de aves! Sem dúvida o PE Tietê é o melhor lugar na cidade de São Paulo para ver diversas aves ribeirinhas.

Para quem não conhece, também um bom lugar para ver de perto e distinguir as duas lavadeiras-mascaradas, a "verdadeira" e a de-cara-branca. Também anatídeos menos comuns por aqui, como a marreca-toicinho, Anas bahamensis.

Alguns maçaricos, muito tímidos, podem ser vistos lá a uma boa distância, já que a gente fica meio escondido atrás da vegetação que orla a estrada à beira dos bancos de areia do rio Tietê. Surpreendeu-nos um bando de carretões, Agelasticus cyanopus, na parte baixa de uma vegetação arbórea ao lado de um dos lagos, por ser ave sempre vista no meio do taboal ou capinzais.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Mini-curso de Introdução à Prática de Observação de Aves

O resultado do nosso primeiro mini-curso foi um sucesso em todos os sentidos. Tivemos participantes dos estados de Alagoas e Pernambuco. A maioria eram alunos de Biologia, porém tivemos também a participação de um advogado, um turismólogo, uma bióloga e outras pessoas com o intuito apenas de aprender as técnicas de se observar aves, e como identificá-las.


O mini-curso foi realizado nos dias 16 e 17 de setembro, no Parque Estadual de Dois Irmãos (onde se localiza o zoológico do Recife).


No primeiro dia foi realizada a aula teórica, onde foram abordados temas como a história da Ornitologia no Brasil, as metodologias aplicadas na observação de aves, a etnoornitologia, as contribuições da OAP para a Ornitologia brasileira, etc. 

As espécies mais comuns e os cantos de algumas espécies foram mostradas no final da aula.



No dia seguinte, os observadores tiveram a prática de campo, onde em primeiro plano, foram feitas apenas observações diretas. Depois do contato visual, partimos para o contato auditivo, onde percorremos diversas trilhas no Parque Dois Irmãos, que é uma reserva de Floresta Atlântica. Daí, os alunos viram a importância em se conhecer as vozes das aves em ambientes florestais.

Muitos dos participantes ficaram bastante felizes ao ver espécies como o soldadinho (Pipra rubrocapilla), o dançarino (Chiroxiphia pareola), a rendeira (Manacus manacus) e o pica-pau-de-asa-vermelha (Veniliornis affinis).


Conseguimos com este curso, obter resultados valiosos, que foi o de incorporar nas pessoas o prazer em se observar as aves na natureza, e esperamos poder futuramente, realizar mais eventos deste porte.

Glauco Pereira
Observadores de Aves de Pernambuco

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Bichos esquisitos no jardim das aves

Além das aves, alguns outros bichos frequentam o jardim da June, como essa lagarta de alguma mariposa ou borboleta. Alguém sabe que espécie é essa?

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Hora do banho

A June pediu-me para postar no Blog essa bela foto de um sabiá-laranjeira, Turdus rufiventris, que ela, indiscretamente, flagrou na hora do banho, na banheira que tem em seu jardim!

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Onças e marias-leque na Casa de Pedra

Um dos lagos artificiais
Visitamos a Casa de Pedra, uma propriedade em processo de desapropriação para integrar-se ao PETAR – Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, no núcleo do Areado.

Área aberta
O proprietário utilizou a área durante certo tempo para algumas atividades econômicas, como a piscicultura e a produção de pêssegos. 

Por esse motivo foram construídos diversos lagos artificiais. E

ste histórico deu à área uma fisionomia bem variada, com alguns capinzais, capoeiras, matas em estágios diversos de regeneração, brejos em lagoas assoreadas. Isto propiciou a presença ali de diversas espécies de aves invasoras, próprias de espaços abertos.

Após uma caminhada por alguma das antigas estradas da fazenda, alcança-se a mata primária.

Detectamos em torno de 110 espécies de aves, algumas ainda em fase de identificação com base em vozes gravadas. 

Yara
Tivemos diversos contatos com a maria-leque-do-sudeste, Onychorhynchus swainsoni, que parece ser moradora habitual de uma área próxima de um curso d’água. Discreta e tímida, não quis mostrar seu leque para a tele de 600 mm do Guto.

Yara, um dos membros da família dos proprietários da área, demonstra grande amor pela Casa de Pedra, certamente pela historia familiar que ela representa, mas também por ser grande admiradora da natureza.


Numa de nossas andanças, contamos com a companhia do Juca, antigo morador local, grande conhecedor das plantas e bichos do lugar e com um extraordinário senso de localização dentro da mata, um GPS de carne e osso!

Juca
Com o Juca, seu filho Rodrigo com o guarda-parque Pedro Bandeira, tivemos produtivas conversas, da qual obtivemos algumas novas denominações populares para aves do lugar, ocorrências de algumas espécies e, nos momentos de descontração, ouvimos algumas preciosas anedotas, sempre referentes a caçadores.
Rodrigo

O Rodrigo mostrou um grande conhecimento das aves dali e um grande interesse em aprofundar esse conhecimento. 

Deslumbrou-se com o “Deodato”, cujas páginas folheou uma a uma. Certamente nunca tinha visto um guia de campo. 

Também com o recurso indispensável do binóculo, para uma observação de detalhes de aves no campo. Yara pretende instrumentalizar esse rapaz para que venha a ser um futuro guia ornitológico.
Hora do descanso

De fato, quantos jovens como Rodrigo devem existir por aí, com um grande interesse e potencial para observar aves, faltando a eles apenas essa pequena ajuda inicial: um binóculo, um guia de campo e a disposição de vez por outra dar uma orientação de como prosseguir com o aprendizado de campo. 

Tivemos então, nas conversas da hora de descanso, a idéia de criar um programa visando fornecer a esses jovens, equipamentos mínimos e acompanhamento, visando estimulá-los e ajudá-los a se iniciarem como observadores de aves.











Visitamos uma área de grande beleza, próxima do Morro do Cachorro, onde a mata se mostra com toda sua exuberância.



Não vimos a onça, que sabemos frequenta a Casa de Pedra, mas vimos e fotografamos seu ipso facto, a prova material de sua presença.

Texto: Luiz Fernando Figueiredo
Fotos: Yara Pesek

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Nova espécie de ave descoberta na Índia

Nova Délhi, 12 set (EFE).- Uma nova espécie de pássaro, o "Bugun liocichla", foi descoberta no estado de Arunachal Pradesh, no nordeste da Índia,informou hoje a imprensa local indiana.

O jornal "The Hindu" explica que a população da ave, localizada na reserva de Eaglenest, seja de apenas 14 exemplares, entre eles pelo menos três casais.

A plumagem desta ave tem diferentes tons de verde-oliva, com uma camada negra e círculos amarelos ao redor dos olhos. Suas asas têm manchas amarelas, vermelhas, pretas e brancas, e a parte baixa de sua cauda tem marcas vermelhas.


O ornitólogo Ramana Athreya, membro da Sociedade de Mumbai de História Natural, batizou o pássaro com o nome de uma das tribos do estado, a Bugun.

Segundo outro ornitólogo, Aasheesh Pittie, editor do livro "Birds of India", "a descoberta de um novo pássaro é muito especial, mas quando se trata de uma espécie tão bela e sem familiares geograficamente próximos, em uma parte do mundo onde os ornitólogos estão há mais de um século observando as aves, isso é quase um milagre".

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Estivemos em Itereí

Saíra-militar.
Estivemos em Itereí, no município de Miracatu. Uma propriedade em meio à mata atlântica, no ponto em que a rodovia Regis Bittencourt começa a descer a serra. Dispõe de 4 casarões com varandas, lembrando aqueles de velhas fazendas, além de um chalé e outras construções de serviço. 

Os casarões, um tanto rústicos, mas muito acolhedores, com fogões de lenha e com possibilidade de se dormir também em colchões extras dispostos em mesaninos, alcançados por toscas escadas de eucalipto. 

Itereí ganhou notoriedade na imprensa e no meio jurídico por ter sido o motivo de uma ação propondo uma solução alternativa para o projeto de duplicação da rodovia naquele ponto, já que este originalmente previa uma segunda via distante da atual, pela parte alta dos morros, o que comprometeria sem dúvida diversos dos cursos d’água da região, além de expor áreas protegidas da mata primária à presença humana. Itereí ficaria ilhada entre as duas pistas da rodovia. A proposta alternativa prevê a duplicação ao lado do curso atual, em área já impactada.