domingo, 29 de outubro de 2006

"Todas as Aves de Ubatuba"

É surpreendente o check-list de aves do município de Ubatuba, organizado por Carlos Rizzo, totalizando 476 espécies. Ubatuba é certamente uma fortíssima candidata ao município recordista em espécies de aves neste estado.

Recentente a June filmou em Ubatuba o que tudo indica ser a fêmea de Tangara preciosa, que seria então a quadragésima septuagésima sétima espécie para o município. Pedimos a colaboração de todos na confirmação dessa identificação e, principalmente, em sua diferenciação, caso possível pela qualidade do quadro de filme, de Tangara peruviana.

domingo, 22 de outubro de 2006

"Berços da Vida" no Vale do Ribeira

Aproveitamos o feriadão de Nossa Senhora para trilharmos alguns caminhos famosos, ornitologicamente falando, do Vale do Ribeira, até o PETAR. Por ser época de reprodução, tivemos oportunidade de ver e documentar algumas interessantes cenas dos "berços da vida".

Um congestionamento na Régis Bittencourt nos fez optar por uma parada para o almoço num clube de campo às margens da represa do França, onde pudemos presenciar, numa feliz casualidade, a eclosão de um filhote de chopim, Molothrus bonariensis, num ninho de tico-tico, Zonotrichia capensis.











Ninho de tico-tico numa touceira de citronela. No primeiro plano, um ovo do tico que, certamente, a chopinha jogou para fora.












A tica esperou pacientemente, a pouca distância de nós, talvez com a
mesma paciência com que espera seu ninho ser desocupado pela chopinha, que terminássemos nosso trabalho cinematográfico.











O chopinzinho esforçando-se para afastar as duas partes da casca do ovo. Quando ali voltamos, uns 30 minutos após, a tica já havia retirado do ninhoessas cascas de ovo.

Nesse mesmo local pudemos presenciar outros dois interessantes "berços da vida". Na terra praticamente nua da margem da represa, apenas recoberta com alguns gravetos e folhas secas, um ninho de quero-quero, Vanellus chilensis, com quatro ovos, filmado e fotografado sob os
enérgicos protestos de seus legítimos donos.




















O Sr. (ou Sra.?) quero-quero, ameaçando o fotógrafo com seus esporões.

E, sobre uma parede da entrada do sanitário de um galpão usado como salão de festas, o ninho do sabiá-barranco, Turdus leucomelas. Na base do ninho, onde a ave usou alguns materiais vegetais ainda vivos, umas plantinhas ainda vicejavam.










Na estrada de Juquiá a Sete-Barras, resolvemos entrar por uma estrada de terra colateral, no sentido da serra, por pura curiosidade e foi muito providencial essa escolha, pois fomos muito bem recebidos pelo Sr. José, proprietário de um laticínio de leite de búfalas. Na varanda da casa dele pudemos observar um ninho do andorinhão-tesoura, Panyptila cayennesis. Vimos a ave entrando e saindo do ninho, e voando em direção à mata, um tanto distante dali. Segundo o Sr. José a ave reutilizava o ninho anos seguidos, fazendo, quando necessária, uma pequena reforma em sua borda inferior.












Neste mesmo teto de varanda, uma corruíra, Troglodytes musculus, fez o ninho sobre uma luminária. Por conta disto, disse-nos o Sr. José, essa lâmpada teve que permanecer sem ser acesa. Não foi também a primeira vez que isso aconteceu e da outra vez o Sr. José aguardou a ave abandonar o ninho para fazer uma boa limpeza na luminária antes de acender a lâmpada.























A corruíra, com um aracnídeo no bico, para trazer para a prole.

Também nessa localidade, observamos uma inusitada concentração de sete espécies de

andorinhas: andorinha-do-rio, Tachycineta albiventer, andorinha-do-campo, Progne tapera, andorinha-doméstica-grande, Progne chalybea, andorinha-pequena-de-casa, Pygochelidon cyanoleuca, andorinha-serradora, Stelgidopteryx ruficollis, andorinha-de-bando, Hirudo rustica e andorinha-de-dorso-acanelado, Petrochelidon pyrrhonota! Será um novo recorde?

Logo no início da estrada Sete Barras - Eldorado, uma parada na beira de um banhado e uma grata surpresa: alguns frangos-d'água-azuis, Porphyrio martinica, de extrema mansidão, vinham à beira da água, no quintal de uma casa, comer restos de comida ali deixados para eles pelos moradores. Um desses chegou a seguir o morador, quando esse foi ao local com a vasilha de
comida.











Mais à frente, nova parada para observar e fotografar o tiê-tinga, Cissopis leverianus, elegantemente pousado num pendão.










No PETAR visitamos a Caverna do Diabo, onde nosso interessado guia nos revelou que no final do ano ali entram andorinhões (provavelmente o andorinhão-de-coleira, Streptoprocne zonaris), para nidificar. Também nos ensinou alguns nomes locais para as aves, como o "pretão"
atribuído ao ferro-velho, Euphonia pectoralis.












Juntos com nosso guia, numa dos salões da caverna.

No entorno da entrada da Caverna do Diabo ainda vimos, entre outras, o capitão-de-saíra, Attila rufus e o surucuá-grande-de-barriga-amarela, Trogon viridis.






















Visitamos também o núcleo Santana do PETAR, já na subida da serra, onde, no último minuto, ainda paramos para assistir a um belo recital da araponga, Procnias nudicollis, sem dúvida uma fortíssima candidata ao título de "Voz do PETAR".












Fotos: Gilberto Lima

sábado, 14 de outubro de 2006

Turdus rufiventris arlequim



Nem todos conseguimos viajar nesse feriadão. Mas nem por isso deixamos de fazer importantes registros ornitológicos. A June me ligou para contar de um sabiá albino que estava aparecendo no Alto de Pinheiros, lá fomos nós, nesse sábado de feriado. Caminhamos por mais de uma hora, ao final da tarde, aproveitando para fazer o Censo do Sabiá contamos 33 espécimes. Mas bem no finzinho da tarde ele apareceu. Pousou num telhado, se escondeu no escuro das folhas da pitangueira. Finalmente saiu para a foto. Vocalizou e pudemos confirmar a identificação. Sabiá-Laranjeira com um albinismo parcial em suas penas, na verdade o nome correto disso seria arlequinismo, sabiá arlequim. Segundo depoimentos seria uma fêmea com um filhote normal.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Papagaios cidadãos

A Sulamita e Fábio Schunck estão monitorando alguns papagaios (Amazona aestiva) em plena área urbana na cidade de São Paulo. Que bom que essas aves estão vivendo por aqui em harmonia com as pessoas, sem serem por elas importunados (com excessão do Fábio e Sulamit, que estão lá besbilhotando!). Esperamos que continue assim.


















segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Aves e chuva na Fazenda Guaxinduva

Apesar do ter amanhecido bem chuvoso, o que até me fez desistir de ir, o Gilberto, Adilson e Ricardo visitaram a Fazenda Guaxinduva, no extremo oeste da Serra do Japi. O Gilberto me passou algumas fotos, que mostram que a excursão foi proveitosa, apesar do aguaceiro.

As três garças "brancas" estavam lá presentes:

Garça-branca-grande, Ardea alba